sábado, março 06, 2010

Alguns Muros Invisíveis


Brasil, 1988: Constituição Federal

"Artigo 6°. São direitos sociais a educação, o trabalho, a saúde, a moradia, o lazer, a segurança, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."



Documentário: Muros Invisíveis - Parte 01



Documentário: Muros Invisíveis - Parte 02




Eu encontrei um documentário dividido em 2 vídeos que aborda o tema que nós estamos expondo nesse pequeno espaço. Todos nós já vimos em todos os veículos de comunicação o tema da "desigualdade social" aqui no Brasil e no exterior. É claro que a nossa realidade não precisa ser explicada, uma vez que exposta ao microscópio senso crítico e da análise é muito fácil mostrar a vida das pessoas, como as do documentário. O "enredo" do "filme" gira em torno do DESPEJO do pessoal que mora em Paraisópolis, São Paulo. A ação da prefeitura deve-se à canalização de um córrego que passa bem no meio da favela.

Podemos notar a reação dos habitantes daquele lugar, os quais referem-se à favela como "lar" e onde sentem-se seguros. O depoimento da pequena Dandara chama a atenção, quando aponta para o outro lado da rua dizendo que já foi chamada de "lixo" pelas "muié" que não gostam deles. LIXO?!

Esse muro não é fisico, mas abalou a estrutura de todos os que ali moram. Ali é o lar, o trabalho, a VIDA de um ser humano. Estar numa favela não torna o cidadão um ser à margem da sociedade que não possui identidade.


Links para os vídeos:
Parte 01
Parte 02


4 comentários:

  1. Um excelente documentário, eu diria, Hugo! Gostei bastante e tem a expor bastante pelo tema do grupo. Dá pra ver claramente o muro que separa o Morumbi de Paraisópolis. É engraçado a tamanha diferença de poder que essas pessoas têm. De um lado uma criança falando que as chamam de lixo, do outro lado uma casa que provavelmente tem um alto custo. E aí? Será mesmo que dá para dizer que a menininha está mentindo? Ah! Outra coisa, 8 mil reais como ajuda de custo para morar em outro lugar é um absurdo. Nunca vão achar uma moradia com esse preço, nem um carro custa isso!

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  2. Sendo sincera: arrepia...
    Como os governantes de São Paulo (e até mesmo do Brasil) não conseguem criar políticas públicas decentes para moradias e condições de vida minimamente aceitáveis?
    O descaso com essa parcela da população é tanto que uma pessoa tem que afirmar "eu não sou lixo, sou gente. Já comi lixo, mas sou gente...". Poxa, como as crianças que vivem nesse meio vão crescer?
    O mais impressionante é o orgulho que essas pessoas ainda sustentam depois de tanta humilhação.
    E não se pode afirmar que a culpa é das pessoas de classe média alta, apesar da ignorância e falta de respeito com que elas tratam as pessoas mais pobres.
    CADE O PLANEJAMENTO DO GOVERNO?? AS POLÍTICAS QUE DEVERIAM GARANTIR A DIGNIDADE A TODOS OS MORADORES??? Afinal, somos todos da mesma raça, não é?

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  3. O local não define o indivíduo, mas o indivíduo define o espaço. A atitude da prefeitura, sendo a responsável por todos ali, não condiz com o que entendo por direitos humanos. Num dos primeiros posts eu coloquei um parágrafo da Constituição Brasileira, o qual cita: "direito à saúde, bem-estar, educação e moradia"; e o que posso ver a partir dos depoimentos é que ali todos esses direitos foram omitidos de seus donos (entenda-se: os despejados). Mas ao mesmo tempo, ao pensar numa solução pra "quebrar" esse muro acabo em um impasse: a culpa da situação é de quem? Em que lado a balança da igualdade cada um deve contribuir? Essas são duas de muitas questões que me vêem à memória sobre um problema que está enraizado não na sociedade, mas no modo de vida dos brasileiros, o que me lembra um tipo de sociedade feudal e estamentária.

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  4. Sou pobre,negra e homossexual.E pra falar a verdade nunca tinha pensado na vida por esse ângulo, pelo o muro invisivel. E em pensar que faço parte desse preconceito feudal.Valeu o documentário, com muitoa certeza agora vou refletir um pouco mais nos outros.

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